Embora não reconheça oficialmente o resultado das eleições presidenciais venezuelanas, o governo Lula (PT) decidiu enviar a embaixadora do Brasil em Caracas, Gilvania de Oliveira, como representante na posse de Nicolás Maduro, no próximo dia 10 de janeiro.
Segundo o colunista Jamil Chade, do portal UOL, a ideia de descartar a ida de integrantes do alto escalão, e escolher uma representação de baixo perfil político, ocorre a fim de sinalizar que o país continua disposto a dialogar com Maduro, mas segue contrariado diante da falta de transparência em relação às atas eleitorais.
As eleições venezuelanas ocorreram em julho de 2024, sob a observação do assessor especial para assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, que recusou-se a endossar a validade do pleito sem a divulgação das atas eleitorais.
O governo chavista, por sua vez, reagiu dizendo que a diplomacia brasileira estava atuando em prol dos interesses “imperialistas” estadunidenses.
– [Celso Amorim] Tem se dedicado impertinentemente a emitir juízos de valor sobre processos que só pertencem aos homens e mulheres venezuelanos e às suas instituições democráticas, o que constitui uma agressão constante que mina as relações políticas e diplomáticas entre os Estados, ameaçando os laços que unem ambos os países – disse o governo Maduro, à época.
O chavista foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, no entanto, o órgão nunca mostrou provas da suposta vitória. A oposição, por outro lado, publicou cópias de 80% das atas eleitorais, apontando que o verdadeiro presidente eleito é Edmundo González Urrutia, que se encontra exilado na Espanha, mas garante que será empossado em janeiro.