A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, reafirmou que não abrirá exceções religiosas nas leis sobre o aborto. O tema tem sido uma prioridade em sua agenda, especialmente após as recentes mudanças nas leis de direitos reprodutivos.
Em entrevista à NBC News, a candidata à presidência declarou que a defesa pelo direito de escolha das mulheres não é só uma batalha sua, mas também de seus eleitores.
– E eu sei que há membros do Congresso dos Estados Unidos que estão bem cientes de que seus eleitores são a favor do princípio fundamental de que uma mulher deve ser capaz de tomar decisões sobre seu próprio corpo, e não ter seu governo dizendo a ela o que fazer – disse.
Questionada sobre fazer isenções religiosas, ela negou que esteja disposta a fazer qualquer concessão.
– Não acho que devamos fazer concessões quando falamos sobre a liberdade fundamental de tomar decisões sobre seu próprio corpo.
Ainda sobre o assunto, Kamala declarou:
– Vamos começar com um fato fundamental, uma liberdade básica foi tirada das mulheres da América: a liberdade de tomar decisões sobre seus próprios corpos. E isso não pode ser negociável, que é que precisamos colocar de volta as proteções de Roe v Wade. E é isso.
Harris abordou as consequências da decisão da Suprema Corte no caso Dobbs, que anulou as proteções do histórico caso Roe v. Wade. De acordo com a vice-presidente, 20 estados já impuseram restrições ao aborto, algumas delas sem prever exceções para casos de estupro ou incesto. Ela destacou, por exemplo, o estado do Texas, onde médicos e enfermeiros podem enfrentar prisão perpétua se fornecerem cuidados reprodutivos.