A Missão Portas Abertas desenvolve um trabalho furtivo na Coreia do Norte, com uma rede de apoiadores secretos, para oferecer suporte e encorajamento aos cristãos que vivem no país comunista, um dos mais hostis aos seguidores de Jesus. Ao todo, mais de 100 mil cristãos norte-coreanos foram ajudados pela rede de suporte montada pela entidade missionária nos territórios vizinhos à Coreia do Norte, em especial a China, de onde são transmitidos programas de rádio clandestinos que encorajam os cristãos norte-coreanos em sua fé. Os cristãos que conseguem sair da Coreia do Norte em direção à China encontram abrigos em casas montadas de maneira discreta para servirem como centro de treinamento. Lá, eles são medicados e participam de estudo bíblico, antes de voltarem ao país natal para evitarem serem pegos em território chinês como “desertores”. “A maioria volta para a Coreia do Norte, porque permanecer na China é muito perigoso para eles. A rua onde um dos abrigos fica convenientemente escondido [é caracterizada por uma] profunda escuridão. Há poucas pessoas na região e elas não conseguem enxergar o trabalho que acontece ali. É difícil imaginar que ali cristãos atravessam o rio e se reúnem em segredo para prestar culto a Deus. Por dentro, o abrigo parece com uma casa ou apartamento chinês comum”, diz a nota da Portas Abertas. Uma das parceiras da entidade missionária conta que “muitos refugiados perambulam pelas ruas em busca de lugar para dormir”, e essa é a oportunidade perfeita para aborda-los: “Eu me aproximo deles e os ajudo até que eles possam seguir adiante sozinhos. Eles perguntam por que faço isso sem pedir algo em troca. É nesse momento que falo sobre Deus e a Bíblia, e muitos voltam para a Coreia do Norte como cristãos”. A parceira, identificada pelo pseudônimo Yun Hee, por questões de segurança, diz que colocar o plano missionário em prática não é fácil: “Algumas vezes, esse trabalho me deixa esgotado. Então me ajoelho e oro pedindo a Deus que renove minhas forças”. A oração é o único meio para que Yun Hee se recomponha, pois precisa estar apto a agir quando surgir a necessidade de cuidar dos refugiados e oferecer acolhimento e a Palavra de Deus a eles: “Já vi até mesmo espiões mudarem porque fui gentil com eles. Alguns deles chegam a confessar que foram enviados para fazer um relatório sobre mim para a agência de Serviço Secreto, mas em seguida dizem que ficam tão gratos pelo que faço que escreverão apenas coisas boas sobre mim e não comentariam nada sobre as atividades ilegais”. Quando cristãos norte-coreanos chegam na China em busca de mais aprendizado sobre Deus, são enviados a outros parceiros locais que entregam Bíblias a eles, diz Beom-Seok, outro parceiro da Portas Abertas: “Temos um código. Se meu contato local diz essa palavra, sei que preciso encontrá-lo em um lugar secreto. Ali, explico o Evangelho e como podem aprender mais sobre a Bíblia nos abrigos. Assim eles ficam preparados para compartilhar as boas-novas com suas famílias e amigos quando voltarem à Coreia do Norte”.