Divulgada pelo até então governador de São Paulo João Doria e desenvolvida pelo Instituto Butantan, a criação da vacina contra a Covid-19 Butanvac foi suspensa após o imunizante não atingir os resultados necessários no ensaio clínico de fase 2. De acordo com os testes, as demais vacinas anticovid aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) têm o dobro da eficácia da Butanvac.
O diretor da instituição, Esper Kallás reconheceu que o “desfecho não demonstrou a imunogenicidade esperada”. De acordo com ele, a Butanvac dobrou a quantidade de anticorpos contra a doença após 28 dias da aplicação. Entretanto, era necessário que ela quadruplicasse, como fizeram as demais vacinas disponíveis no (Sistema Único de Saúde).
– O ensaio clínico cumpriu o seu papel. No Butantan, temos respeito absoluto pelo processo e resultado científicos. Por isso, a população pode acreditar na gente. Quando dizemos que uma vacina é boa, é porque os estudos demonstraram isso. Nesse caso, o desfecho não demonstrou a imunogenicidade esperada. Por isso, interrompemos o seu desenvolvimento e seguimos no desenvolvimento de rotas mais promissoras. Nosso compromisso é com a ciência e a saúde da população – disse Kallás, que é médico infectologista.
De acordo com a Folha de S.Paulo, a vacina, que foi anunciada por Doria em 2021 como a primeira 100% brasileira, na verdade utilizava tecnologia desenvolvida em Nova Iorque, pelo Hospital de Mount Sinai, utilizando o vírus modificado da doença de Newcastle, que acomete aves.
À época, Doria afirmou que o Butantan seria capaz de entregar 40 milhões de doses da vacina ao PNI (Programa Nacional de Imunizações).
Atualmente, as vacinas anticovid aprovadas pela Anvisa são: Vacina Covid-19 (recombinante) Fiocruz, Comirnaty (Pfizer/Wyeth), Comirnaty bivalente BA.4/BA.5 (Pfizer), Janssen Vaccine (Janssen-Cilag), Spikevax bivalente (Adium), Spikevax (Adium) e Vacina Covid-19 (recombinante) (Zalika).