O diretor europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, negou que a mpox seja a “nova Covid-19”, descartando, assim, a chance de a doença gerar uma pandemia semelhante à do coronavírus. De acordo com ele, a diferença reside no fato de que a anteriormente chamada varíola dos macacos já é conhecida pelos cientistas, enquanto o vírus identificado pela primeira vez em Wuhan, na China, no fim de 2019 era até então um mistério para os pesquisadores.
– Sabemos muito sobre a variante 2. Ainda precisamos aprender mais sobre a variante 1. Com base no que sabemos, a mpox é transmitida sobretudo através do contato da pele com as lesões, inclusive durante o sexo. Seja a variante mpox clade 1, responsável pela atual epidemia na África Central e Oriental, ou a clade 2, que provocou a epidemia de 2022, a mpox não é a nova covid no mundo – garantiu.
Kluge destacou que os cientistas sabem como controlar a mpox e também quais os passos necessários para eliminar completamente sua transmissão no continente europeu. Nesse sentido, ele cobrou a colaboração dos países.
– Vamos escolher implementar os sistemas necessários para controlar e eliminar a mpox globalmente ou entraremos em outro ciclo de pânico e negligência? Como responderemos agora e nos próximos anos será um teste crítico para a Europa e o mundo – acrescentou.
As declarações de Kluge ocorrem após a OMS decretar emergência de saúde pública na República Democrática do Congo. Outros países da África como Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda também notificaram casos da doença. Foi ainda confirmado um caso da variante na Suécia, sendo o primeiro indício de disseminação da doença fora da África.